Bill Williams é o criador de alguns dos indicadores de mercado mais populares: Awesome Oscillator, Fractals, Alligator e Gator.
Moedas, ouro e índices… O que negociar primeiro?
2022-08-26 • Atualizado
Informação não é consultoria em investimentos
Você já aprendeu como usar alguns instrumentos e estratégias de trading, bem como quando entrar/sair do mercado, mas talvez esteja um pouco confuso em relação a qual ativo escolher para começar a operar. Este artigo vai ajudar você a entender qual instrumento é melhor para o seu perfil! Vamos lá!
Podemos começar separando todos os ativos financeiros em dois grupos: de refúgio e de risco. Via de regra, ativos de refúgio tendem a subir em tempos de incertezas e instabilidade na economia. Nesse cenário, o raciocínio dos traders costuma ser “o sentimento do mercado no momento é risk-off” ou “o clima no mercado é de aversão a riscos”. Quando isso acontece, os investidores buscam os lugares mais seguros para guardarem seu capital, ou seja, eles dão preferência aos ativos de refúgio, a exemplo dos metais preciosos — ouro, prata e platina — e das moedas mais confiáveis: dólar dos EUA (USD), iene japonês (JPY) e franco suíço (CHF). Por que isso acontece? Porque os metais preciosos têm um histórico tradicionalíssimo (e os traders acreditam que eles devem conservar seu alto valor no futuro), o JPY e o CHF são considerados confiáveis por causa da estabilidade financeira do Japão e da Suíça, e o USD ocasionalmente exerce papel de ativo de refúgio devido à força da economia americana.
Vamos agora aos ativos de risco. São eles: dólar australiano, dólar neozelandês, libra esterlina, petróleo e índices de ações, como S&P 500, NASDAQ e Dow Jones. Os investidores optam pelos ativos de risco quando os indicadores econômicos dos países desenvolvidos apresentam desempenho superior ao esperado, os principais bancos e instituições divulgam previsões otimistas e o resto do noticiário estimula o clima de otimismo de todos. Quando se tem um cenário desses, os traders e investidores preferem fazer o dinheiro render em vez de simplesmente conservá-lo, isto é, eles passam a buscar rendimentos maiores. Como rendimentos maiores andam de mãos dadas com riscos maiores, a preferência neste caso é pelos ativos de risco.
Já conhecemos as moedas, mas e os índices? Vamos descobrir. Os índices são cestas de ações geralmente classificadas por instituições independentes, como grandes bancos ou empresas do setor financeiro. O índice de ações mais conhecido é o S&P 500, que traz as ações das 500 maiores empresas dos EUA e mostra o desempenho do mercado de ações por meio dos riscos e das receitas dessas empresas. A maioria dos traders emprega esse índice como medidor do sentimento (humor) do mercado.
Aqui deve-se lembrar um fator importante: para negociar os índices citados acima, é preciso escolher os contratos por diferença (CFDs). Exemplo: para negociar o S&P 500 em setembro, seria necessário escolher um CFD chamado S&P 500-20U. Note que este contrato venceu em 18 de setembro. Portanto, para negociar este índice de ações após 18 de setembro, você vai ter que escolher outro CFD: o S&P 500-20Z, cujo vencimento é em 12 de dezembro. Sua primeira operação pode ser feita em 8 de setembro, e sua última operação em 18 de dezembro. Você pode verificar as datas de vencimento no MetaTrader clicando com o botão direito no CFD em questão e selecionando a opção Especificações.
Agora que já temos os conhecimentos básicos sobre ativos financeiros em Forex, vamos falar de algumas regras no mercado que todo trader deve saber.
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Convém saber que o ouro (XAU/USD) provavelmente vai superar em desempenho o USD e JPY durante a recessão. Por quê? Em tempos de contração, os bancos centrais costumam diminuir as taxas de juros para estimular o crescimento econômico. Isso gera oportunidades para quem precisa pegar dinheiro emprestado porque os juros a serem pagos são menores. Por outro lado, a queda nos rendimentos com juros é desfavorável para quem deseja investir, pois com juros reduzidos o dinheiro a ser ganho é menor.
O coronavírus criou novas regras no mercado, entre as quais destaca-se o fato do preço do ouro acompanhar os preços das ações. Os analistas explicam: os traders buscavam proteger seus investimentos arriscados em ações comprando, ao mesmo tempo, o ouro, uma opção bem mais segura. De fato, o cenário atual não está nem em um extremo, nem no outro. De um lado, há certo grau de incerteza no mercado por causa da covid-19. De outro lado, a expectativa da vacina e as notícias otimistas na economia estão ajudando a melhorar o humor do mercado. Como o mercado atualmente está imprevisível e volátil, os investidores se adaptaram ao novo ambiente e mudaram as regras do jogo, ainda que por pressão e não por livre e espontânea vontade. O resultado é o ouro acompanhando a mesma direção do mercado de ações, especialmente o S&P 500, já citado aqui. Lembre-se que o mercado é bem dinâmico. Você deve sempre acompanhar as últimas notícias para se manter atualizado!
É importante acompanhar as principais notícias sobre economia, as declarações dadas por bancos centrais e governos, e os outros acontecimentos relevantes para o mercado. Por quê? Porque eles tendem a movimentar os preços. Um exemplo: se o PIB britânico supera as previsões, a libra esterlina (GBP) sobe. Caso contrário, a libra cai. Atenção: ainda que essa regra funcione na maioria dos casos, há certas exceções. Às vezes, a reação do mercado é mais tímida. Então, mais uma dica: perceba a movimentação geral do mercado e siga o fluxo!
O interessante é que alguns ativos apresentam forte correlação em virtude de suas economias ou países de origem. A título de exemplo, podemos citar o AUD e o NZD quando negociados contra o USD ou o EUR. Também é de suma importância entender o cenário econômico do país de origem. O melhor exemplo disso é o dólar canadense, muito sensível aos preços do petróleo. Os preços do CAD e do petróleo costumam se deslocar na mesma direção, pois o Canadá é um dos maiores produtores de petróleo. As economias chinesa e australiana também são fortemente ligadas em virtude das relações comerciais bem próximas entre os dois países. Consequentemente, notícias da economia da China têm forte impacto não só no yuan chinês, mas também no dólar australiano.
O mundo Forex é enorme e bem diverso. É muito interessante conhecê-lo e analisá-lo. Se entender como tudo se interliga em Forex, você terá mais segurança nas suas operações!
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