O que é Ethereum?

Ethereum é uma plataforma blockchain descentralizada que cria uma rede peer-to-peer que executa e verifica com segurança códigos de aplicação chamados contratos inteligentes. Ether é a criptomoeda nativa da blockchain Ethereum.

Com os contratos inteligentes, os participantes podem realizar transações sem uma autoridade central. Os registos de transações são imutáveis, auditáveis e distribuídos com segurança na rede, dando aos participantes a completa propriedade e transparência dos dados destas transações, enviadas e recebidas por contas Ethereum criadas pelos utilizadores. O remetente deve assinar as transações e pagar com Ether — a criptomoeda nativa em Ethereum — o custo do processamento das transações na rede.

Vitalik Buterin, a quem é creditada a ideia do Ethereum, apresentou o conceito em 2014. A plataforma Ethereum foi lançada em 2015, por Buterin e Joe Lubin, um fundador da ConsenSys, empresa de desenvolvimento de software de blockchain.

Os fundadores do Ethereum estão entre os primeiros a perceber todo o potencial da tecnologia blockchain, que vai além da mera oferta de um método de pagamento virtual seguro. Desde o seu lançamento, o Ethereum criptomoeda tornou-se a segunda maior cripto, por valor de mercado, após o Bitcoin.

Como funciona o Ethereum?

O Ethereum permite executar códigos num sistema distribuído. Isto impede que terceiros façam alterações ao programa. O código é gerado num banco de dados Ethereum, que fica disponível e pode ser configurado para armazenamento. Ademais, o banco de dados permanece visível a todos os utilizadores, que podem verificar o código antes de usá-lo nos seus trabalhos.

Isto significa que qualquer utilizador pode executar a aplicação, que não pode ser derrubada. Como é possível utilizar a rede em modo sem fio, estas aplicações podem consumir a criptomoeda. Os contratos inteligentes usam programas para criar aplicações e podem ser configurados para funcionarem independentemente, sem intervenção humana.

As vantagens do Ethereum

Além da descentralização e do anonimato, o Ethereum tem várias outras vantagens, como a ausência de censura. Exemplo. Se alguém escreve algo ofensivo no Twitter, a plataforma pode excluir a mensagem e punir o utilizador. Numa rede social baseada em Ethereum, isto só acontece se houver voto favorável da comunidade. Portanto, utilizadores com opiniões diferentes podem discutir o que pensam, cabendo à comunidade decidir o que deve e o que não deve ser dito.

As demandas da comunidade também impedem a tomada do controle por gente de má-fé. Alguém com más intenções teria que controlar 51% da rede para fazer mudanças, algo quase impossível na maioria dos casos. Isto é muito mais seguro do que um simples servidor, que pode ser hackeado.

Ademais, os contratos inteligentes automatizam várias das medidas tomadas por autoridades centrais nas redes convencionais. Por exemplo, um freelancer a utilizar o Upwork procura na plataforma clientes e contratos de trabalho pagos. Na Web 3.0, o cliente pode simplesmente redigir um contrato inteligente que afirma algo como “se o trabalho for enviado X vezes, o dinheiro será pago”. As regras são registadas no contrato e, uma vez escritas, não podem ser alteradas pelas partes.

Adquirir Ether tem se tornado mais fácil. Empresas como a PayPal e sua subsidiária Venmo aceitam a compra de criptomoedas com moeda fiduciária diretamente na aplicação. Com milhões de utilizadores em cada plataforma, cedo ou tarde isto há de ganhar alcance.

As desvantagens do Ethereum

O Ethereum soa como a plataforma perfeita, mas tem algumas questões-chave que necessitam resposta.

Primeiro: escalabilidade. Buterin visionou o Ethereum na sua forma presente, com milhões de utilizadores interagindo uns com os outros. Todavia, devido ao algoritmo de consenso proof of work (PoW), esta interação é limitada pelo tempo de verificação do bloco e das taxas de gás (nome dado às taxas de transação). Ademais, a descentralização é um obstáculo. Uma autoridade central, como a Visa, gere tudo e aperfeiçoa o processo de transação.

Outro problema: acessibilidade. Foi caro o desenvolvimento do Ethereum, e este é de difícil utilização para aqueles não acostumados à sua tecnologia. Algumas plataformas exigem certas carteiras — e neste caso deve transferir os valores em ETH da sua carteira atual para a carteira exigida. Isto é um passo desnecessário para utilizadores do atual ecossistema financeiro e, no mínimo, algo inadequado para principiantes.

Por fim, a plataforma tem ampla documentação acerca disto. Contudo, aprender sobre a blockchain é muito diferente de utilizá-la. Logo, é de otimização que o Ethereum precisa já.

Como comprar ETH?

O Ethereum pode ser comprado e vendido em exchanges. Para comprar ETH, deve escolher a exchange de criptomoeda, abastecer a sua conta e colocar uma ordem de compra de ETH.

Pode também ganhar dinheiro com as altas e baixas dos preços negociando com uma corretora. Para fazê-lo, precisa disto:

1. Abrir uma conta em criptomoeda.
2. Depositar dinheiro.
3. Escolher um instrumento. No nosso caso, é o Ether.
4. Analisar o mercado.
5. Escolher o tamanho da posição e abrir uma negociação.

A FBS oferece diversos instrumentos com ETH. Clique aqui para informações detalhadas.

Ethereum x Bitcoin

É comum comparar o Ethereum ao Bitcoin. ETH e BTC de fato têm muito em comum, mas há algumas diferenças importantes.

O Ethereum é descrito pela organização como uma “blockchain programável mundial”, isto é, uma rede eletrónica programável de aplicações diversas. A blockchain do Bitcoin foi criada especificamente para viabilizar a criptomoeda Bitcoin.

O número máximo de Bitcoins que pode circular é de 21 milhões. Não há limite ao volume de ETH que pode ser emitido, mas o tempo para processar um bloco ETH limita o volume de Ether que pode ser emitido a cada ano. Há mais de 120 milhões de coins Ethereum em circulação. Ademais, a atualização EIP-1559 introduziu uma taxa-base que é queimada a cada transação Ethereum. Em 2021, este mecanismo retirou 1,3 milhão de ETH de circulação da rede. Conforme o sítio web CryptoRank, o volume de ETH queimado vale US$ 4,85 mil milhões.

Outra importante diferença entre Ethereum e Bitcoin é a forma como cada rede gere as taxas de processamento de transações. Estas taxas, conhecidas como taxas de gás na rede Ethereum, são pagas pelos participantes das transações. A rede mais ampla do Bitcoin absorve as taxas associadas às transações em Bitcoin.

Uma importante semelhança entre Ethereum e Bitcoin é que ambas as redes blockchain consomem quantidades enormes de energia. Isto é porque cada rede funciona com o protocolo de prova de trabalho. A prova de participação utiliza muito menos energia. Há planos de migrar a rede Ethereum para o sistema de prova de participação — é este o cerne do Ethereum 2.0. Contudo, é necessário tempo para executar esta migração, para a qual ainda não há data exata.

Moral da história

Nos últimos meses, a popularidade da blockchain Ethereum andou a subir intensamente. Desenvolvedores têm utilizado a rede para executar muitos projetos de finanças descentralizadas e NFT. O avanço de novas aplicações como estas — que estão entre as primeiras a funcionarem na blockchain pública — já causaram enorme efeito em rede, pois o aumento de atividade atrai mais e mais desenvolvedores ao Ethereum.

Restam, contudo, grandes dúvidas acerca da capacidade do Ethereum — em atraso graças ao complexo conjunto de melhorias tecnológicas — de estar à altura de competidores mais flexíveis. Duvida-se também se haverá algum consenso quanto à sua função de longo prazo, à medida que cresce o mundo cripto.