Discutiremos nesta análise as notícias importantes da semana. Quais notícias terão impacto no mercado financeiro? Como será a reação dos pares de moedas principais?
Coronavírus vs. mercados: novidades
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Números
O total mundial de infecções confirmadas subiu na sexta-feira para quase 84.000, com aproximadamente 2.800 mortes. Cerca de 78.000 infecções e 2.700 mortes aconteceram na China continental; o resto aconteceu principalmente na Coreia do Sul, Itália, Irã e Japão. Nota: a propagação da doença dentro da China parece estar desacelerando. Por outro lado, ainda veremos como que o vírus se espalhará nos demais países.
Estrago
No momento, espera-se que o PIB global caia 0,5% por causa do coronavírus, o que nos leva a alarmantes 5,5%. Se o vírus atingir a classificação de pandemia, a redução será ainda maior. O mercado de ações está em modo pré-pânico: o S&P500 caiu mais de 4%, idem para o NASDAQ, e o Dow Jones perdeu mais de 12% desde a máxima registrada em 12 de fevereiro. O Goldman Sachs prevê crescimento zero dos lucros em 2020 para a maioria das empresas dos EUA devido ao surto do vírus. Alguns setores do mercado de ações (principalmente o de TI, devido à maior dependência das cadeias de abastecimento e produção chinesas) perderam mais de 10% na última semana de fevereiro. Como pode-se ver, é difícil superestimar a gravidade da situação, e nós ainda não vimos o pior.
Por quê
A cadeia de consequências é bem direta. Como as economias estão interligadas e o comércio global depende em especial da China, grandes interrupções nas atividades deste país levam a grandes tumultos na produtividade de todos os demais. Vejamos um exemplo óbvio: os viajantes chineses estão proibidos de entrar em metade do mundo, então eles não estão saindo de seu país e não estão gastando seu dinheiro no exterior. Os planos das companhias aéreas estão sendo frustrados e o setor de turismo não está conseguindo o resultado esperado. Além disso, vários varejistas ficarão com as vendas abaixo do esperado. Um cenário semelhante — até mais forte — está acontecendo em vários níveis e setores das atividades globais, até mais críticos que o turismo.
Como tirar proveito disso
A longo prazo, a chave é praticar bem o hedge: certifique-se de ter alguma segurança — como o ouro — no seu portfólio.
A médio prazo, procure lucrar com as operações bearish à medida que o clima de pânico toma conta dos mercados. Tempos de aversão a riscos são ótimos para vender o índice S&P, AUD e NZD. Quando a situação chegar à pior etapa possível (ou seja, quando chegarmos no pico global de casos da doença e a curva perder o fôlego de ascensão), abra-se a riscos e opere em modo bullish.
A curto prazo (referente a sexta-feira), as moedas tradicionalmente consideradas mais seguras, como o JPY e o CHF, estão ganhando diante do USD. Dadas as últimas novidades e projeções sobre o vírus, é provável que essas moedas continuem em alta demanda enquanto houver incerteza. Moedas ligadas diretamente à China, como o AUD e o NZD, são as que mais sofrerão e terão pouca força para fazer frente ao USD, mesmo se este último estiver em situação desfavorável. O ouro fechou a semana passada em um clima lateral “confuso”, mas, como ele também é um ativo tipo “porto seguro”, continuará subindo com o coronavírus até que as coisas sejam satisfatoriamente resolvidas em escala global. O petróleo está em queda, pois não há garantia de que a demanda acompanhará o ritmo — espera-se que a OPEP responda a essa ameaça durante sua reunião de emergência no dia 5 de março procurando dar apoio ao preço.
Semelhante
O índice PPI nos EUA vai sair na quinta-feira, 12 de maio, às 15:30 (horário do MT).
As reuniões da OPEP contam com a presença de representantes de 15 países ricos em petróleo. Os representantes discutem uma série de causas do mercado de energia e, o mais importante, acordam a quantidade de petróleo a ser produzida.
Popular
Discutiremos nesta análise as notícias importantes da semana. Quais notícias terão impacto no mercado financeiro? Como será a reação dos pares de moedas principais?
A Agência Australiana de Estatística vai anunciar os novos resultados da taxa de desemprego e da criação de empregos, na quinta-feira, 19 de maio, às 04:30 (MT).
O Escritório Nacional de Estatística do Reino Unido vai publicar a inflação no consumidor (índice CPI) na quarta-feira, 18 de maio, às 09:00 (MT).