Os investidores buscam no arranque de abril boas oportunidades no mercado de ações. Dois sectores aparentam perspetivas positivas para o próximo período: veículos elétricos (EV) e bancos.
Juros do Fed em alta e bolsa também em alta... O que está a acontecer?
Informação não é consultoria em investimentos
Acabou a era do dinheiro barato da covid-19. Quem tem medo do ciclo contracionista do Fed? Aparentemente, o mercado de ações não tem!
Numa medida de combate à pior inflação nos EUA em 40 anos, o Federal Reserve anunciou a 16 de março um aumento de 0,25% nos juros. Trata-se da primeira vez em mais de três anos em que o Fed aumenta a taxa básica de juros. O último aumento foi aplicado em dezembro de 2018. O aumento de 0,25% levou as taxas atuais para a faixa de 0,25–0,50%. Tudo isso era esperado porque o mercado já vinha a precificar este aumento há muito tempo. Contudo, o estranho foi a reação da bolsa americana após o aumento dos juros — o mercado não se comportou da forma esperada.
Teoricamente, a alta dos juros reduz o interesse pelas ações, pois juros altos implicam em crédito mais caro para empresas e consumidores, reduzindo o consumo geral. Isto afeta os lucros e impacta as cotações das ações. Desta vez, contudo, os investidores rebelaram-se contra a tradição e entraram com tudo no mercado de ações. O mercado nos EUA deu um salto após o Fed anunciar o tão esperado aumento dos juros e indicar a possibilidade de mais seis aumentos neste ano. O S&P 500 encerrou o dia com 2,2% de alta.
Porque a bolsa americana subiu após a alta dos juros do Fed?
- A bolsa americana subiu porque as ações habitualmente refletem o que é melhor para a economia. No momento atual, a alta dos juros é a melhor solução para a economia. Os investidores já sentem alívio porque o Fed enfim atuou para combater a maior inflação em décadas.
- O Fed surpreendeu o mercado ao indicar a possibilidade de aumento dos juros em todas as seis reuniões restantes neste ano, sinalizando que a economia dos EUA está forte e pode suportar o ciclo contracionista.
- Há sinais de que o conflito entre Rússia e Ucrânia começa a entrar na fase de negociação e acordos.
- Há sinais vindos da China de que o país vai aliviar a repressão regulatória.
O que diz a história sobre o aumento dos juros e a bolsa americana?
Nos últimos dois anos, a bolsa disparou e manteve força diante da pior pandemia de cem anos, uma das eleições mais polarizadas na história dos EUA e o ataque ao Capitólio. A bolsa agora encara o maior conflito terrestre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial e a mais brusca inflação desde os anos 80. A história indica que as ações nos EUA devem registar mais volatilidade após o aumento dos juros. Isto, porém, não significa que o mercado altista acabou. Pelo contrário: em cada um dos últimos oito ciclos de contracionismo, o S&P 500 registou alta um ano após o primeiro aumento, conforme a LPL Financial.
Vejamos o que tem a história a dizer sobre o mercado de ações dos EUA quando o Fed começa a aumentar os juros:
Por fim, o “dinheiro de graça” do Federal Reserve foi um presente tão bom para a bolsa durante a pandemia que o mercado ficou viciado. Logo, embora a alta dos juros possa ser um desafio para o mercado de ações americano, a situação pode ser superada até o fim deste ano. Para lucrar com esta volatilidade, os traders devem tratá-la com cautela.
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