Sempre que a inflação excede 4% e o desemprego vai abaixo de 5%, a economia dos EUA entra em recessão dentro de dois anos.
Irá o dólar dos EUA subir outra vez?
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Embora o índice do dólar tenha caído ao menor patamar em dois anos, há espaço para uma retoma.
O JPMorgan crê que o dólar pode continuar a subir mesmo depois do arranque dos aumentos de juros pelo Federal Reserve. O Fed anda a ter dificuldades para domar a inflação, atualmente em sua fase mais vigorosa desde os anos 80. O índice do dólar subiu cerca de 5% ano passado, levantando dúvidas acerca do fim ou não de sua tendência de alta.
Nós, porém, cremos que o USD tem mais espaço para subir e registar ganhos maiores. O mercado ainda está em uma fase de descoberta, a precificar os dados económicos e as decisões do Fed. Observe que o pico do dólar costuma aparecer um ou dois meses após os aumentos dos juros pelo banco central americano.
Depois dos comentários de tom hawkish do diretor Powell, na última reunião, ganharam força no mercado as expetativas de cinco aumentos na taxa de juros ao longo deste ano. O Fed pode optar por arrancar com um aumento de 0,50% na reunião de março.
O mercado está atento ao Fed e tenta prever suas próximas jogadas, pois trata-se de um ciclo bem incomum. Por exemplo: a instituição inicialmente previu que a inflação iria esfriar se os problemas na cadeia de abastecimento provocados pela pandemia fossem resolvidos. Contudo, o Fed recentemente reconheceu que este processo está a levar mais tempo do que o esperado.
Obstáculos para o dólar dos EUA
O dólar pode ter obstáculos à tendência de alta com a considerável mudança de tom do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra.
Banco da Inglaterra e Banco Central Europeu ambos atenderam as expetativas do mercado. O BOE aplicou o segundo aumento de 0,25% à taxa de juros, levando-a agora para 0,50%. O BCE manteve a política inalterada, mas mudou seu tom ao falar dos riscos da inflação na zona euro.
O índice do dólar registou sua pior semana em quase dois anos na última sexta-feira, após o euro chegar à máxima de três semanas. A libra subiu com as mudanças do BCE e do BOE. O EUR/USD registou notável mudança na ação de preço na última sexta-feira (o maior deslocamento diário desde dezembro de 2020), depois de Christine Lagarde, presidente do BCE, reconhecer o crescente risco da inflação e recusar-se a reafirmar a observação feita anteriormente de que uma alta dos juros neste ano seria altamente improvável. Isto é uma mudança brusca no tom da política monetária de um dos bancos centrais mais dovish do mundo. Com isso, a decisão de aumentar os juros na zona euro em 2022 — anteriormente considerada inaceitável — já é uma das opções sobre a mesa.
Mesmo assim, os ganhos do euro não devem continuar a curto prazo por causa do iminente aperto na política do Fed, que vai dar forte apoio ao dólar.
Economia dos EUA a melhorar
Os dados melhores que o esperado do mercado de trabalho americano deram força à moeda do país na última sexta-feira, alçando o índice do dólar de volta aos 95,46 pontos, após uma semana inteira de quedas para a moeda americana. Como a economia e o mercado de trabalho estão a melhorar nos EUA, o Fed vai apertar a política e aumentar os juros na reunião de março.
No fim das contas, espera-se que o dólar continue sua tendência altista porque o pico ainda não foi alcançando. Contudo, o USD pode ter certa dificuldade face à força do EUR dada pelo aperto da política do BCE, possivelmente limitando seus ganhos. Mesmo assim, tal dinâmica não vai inviabilizar a tendência de alta.
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O mercado de petróleo está sob forte pressão graças à demanda em alta e à oferta em baixa. A OPEP+ não pode ou não quer cumprir as suas próprias metas de produção, insistindo em limitar os aumentos a 400.000 barris por dia, mesmo com a alta dos preços.
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