
Sempre que a inflação excede 4% e o desemprego vai abaixo de 5%, a economia dos EUA entra em recessão dentro de dois anos.
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Os grandes bancos centrais vão seguir caminhos diferentes em 2022. Alguns vão responder à ameaça da inflação, outros vão seguir se concentrando no estímulo ao crescimento econômico e à recuperação pós-pandemia.
Os conselheiros vão começar o ano em ritmo de cautela. Uma atuação brusca para controlar os preços pode acabar com a expansão econômica, principalmente se a inflação esfriar por conta própria. Por outro lado, prolongar a espera de modo a assegurar a retomada pode dar impulso a inflação, exigindo medidas mais rigorosas posteriormente.
O Fed optou por dar uma resposta à inflação, pois já não faz sentido chamá-la de “passageira”, e vai liderar a turma do contracionismo.
O diretor do Fed, Jerome Powell, vai começar a subir os juros assim que possível, na reunião de março. A economia dos EUA encara a maior inflação em quase 40 anos.
O banco central americano está se mexendo rapidamente para retirar os estímulos do mercado. Com a economia se recuperando e ganhando força, o Fed dobrou a aposta em seus planos de corte nas compras de títulos — ampliando o corte de US$ 15 bilhões para US$ 30 bilhões por mês — após perceber que esses estímulos estavam incentivando a alta da inflação.
Nesse ritmo, o Fed vai encerrar seu programa de compra de títulos até março. Os conselheiros do Fed devem fazer 3 aumentos de 0,25 ponto ao longo de 2022, prevendo queda da inflação e da taxa de desemprego para cerca de 3,5% até o fim do ano.
O Reino Unido foi a primeira economia do G7 a aumentar os juros desde o começo da covid-19, saindo na frente até mesmo do Fed.
O Banco da Inglaterra aumentou os juros de 0,1% para 0,25%; com a expectativa de um salto da inflação a 6% em abril, o triplo da meta da instituição.
Os traders estão apostando que o BoE vai fazer uma série de aumentos nos juros que promete ser a mais forte em três décadas. A expectativa é de que o BoE aumente a taxa para 0,5% na próxima reunião, marcada para fevereiro. O mercado acredita que a taxa de referência vai chegar a 1% até novembro.
Enquanto Fed e BoE andam na direção do contracionismo, o BCE prefere continuar com os estímulos.
O BCE divulgou planos para aumentar suas compras de títulos e oferecer mais estímulos e liquidez às economias europeias. Os países da Europa estão contando com esses estímulos porque muitos deles estão passando por rigorosas fases de lockdown por causa da variante ômicron. Contudo, os planos do BCE incluem uma redução das compras de títulos em março.
Enquanto Fed e o BoE fazem mudanças na política monetária por conta da inflação, Christine Lagarde, presidente do BCE, afirmou que a pandemia novamente reduziu o consumo na zona do euro e está de novo ameaçando o crescimento.
O BCE descartou aumento na taxa de juros em 2022. O Banco confirmou que vai seguir com sua perspectiva relaxada em relação à inflação. O BCE também indicou que será lenta a saída dos anos de políticas expansionistas.
O Banco do Japão vai se manter bem longe do contracionismo e dos aumentos dos juros porque não vê inflação.
O Japão não experimentou o mesmo tipo de demanda por bens e produtos observado em outros países. Os japoneses não tiveram um aumento de salários como aquele dado aos trabalhadores americanos. Como mudar de emprego no Japão é difícil, existe menos pressão para aumentar os salários para atrair trabalhadores ou manter os talentos da casa. Consequentemente, a inflação ainda se mantém baixa no país. Empresas que aumentam preços tendem a perder clientes rapidamente.
O BoJ vai reduzir as compras de dívidas no fim de março e vai dar início a uma redução gradual dos estímulos contra a pandemia. A expectativa é de que o Japão reduza os estímulos econômicos a um ritmo bem menor que o de outros países.
Em 2022, o Banco do Japão vai fazer uma transição gradual dos estímulos contra a pandemia para a tentativa de alçar a inflação aos 2%. Atualmente, ela está levemente estável acima de 0%.
Nossa expectativa é de que a China vai diminuir os juros neste ano enquanto tenta amortecer a desaceleração da segunda maior economia do mundo.
O grande distanciamento entre Washington e Pequim vai chegar ao seu auge em 2022, depois dos impactos já sentidos nos setores comercial, financeiro e tecnológico. Os bancos centrais vão trilhar caminhos opostos: enquanto o Fed começa um ciclo de contracionismo, o PBC vai começar a aumentar os estímulos.
A conclusão é que o mundo econômico neste ano se encontra dividido entre regiões diferentes capitaneadas por grandes bancos centrais e suas políticas conflitantes. Trata-se de uma nova dinâmica para o mercado e de uma terra desconhecida, onde não se sabe como avançar. A menos que haja imprevistos, a alta dos juros fará bem às moedas dos países, ao passo que os estímulos farão mal às mesmas. Consequentemente, o USD pode acabar sendo a moeda mais forte deste ano.
Sempre que a inflação excede 4% e o desemprego vai abaixo de 5%, a economia dos EUA entra em recessão dentro de dois anos.
O mercado de petróleo está sob forte pressão graças à demanda em alta e à oferta em baixa. A OPEP+ não pode ou não quer cumprir as suas próprias metas de produção, insistindo em limitar os aumentos a 400.000 barris por dia, mesmo com a alta dos preços.
Mais e mais analistas afirmam ter certeza de que o petróleo Brent vai superar os US$ 100 o barril. Como será o impacto do petróleo no mercado e para onde aponta o movimento? Vamos descobrir!
A pandemia continua a prejudicar a atividade económica na China, a guerra na Ucrânia continua a impactar a economia europeia inteira, e os esforços do Federal Reserve para controlar a inflação ameaçam provocar uma recessão.
Sempre que a inflação excede 4% e o desemprego vai abaixo de 5%, a economia dos EUA entra em recessão dentro de dois anos.
BCE dovish e Fed hawkish pintam uma paisagem pessimista para o EUR/USD. Será a próxima parada uma queda a 1,0770?
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